Exemplos de
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132 resultados encontrados
11. Desatina
12. Capar o gato
13. Acunha
14. Ganhar
15. Rala peito
foi sofrendo mutações até os dias de hoje e quer dizer:
sem intenção de voltar, deixar o local que não intencion
16. Trilhares
17. Boroca
18. Levar no bico
19. Barca
u mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, prime
o de Portugal deste nome. Começa a declaração e argumento
este nome. Começa a declaração e argumento da obra. Prime
amente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabam
o presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de esp
ar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos
so um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companhe
o. O primeiro intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Pa
e o do inferno um arrais infernal e um companheiro. O prime
o intrelocutor é um Fidalgo que chega com um Paje, que lhe
ga com um Paje, que lhe leva um rabo mui comprido e üa cade
a de espaldas. E começa o Arrais do Inferno ante que o Fida
que temos gentil maré! - Ora venha o carro a ré! COMPANHE
O Feito, feito! Bem está! Vai tu muitieramá, e atesa aquel
sa aquele palanco e despeja aquele banco, pera a gente que v
á. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, qu
te que virá. À barca, à barca, hu-u! Asinha, que se quer
! Oh, que tempo de partir, louvores a Berzebu! - Ora, sus! q
barca, hu-u! Asinha, que se quer ir! Oh, que tempo de part
, louvores a Berzebu! - Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo
- Ora, sus! que fazes tu? Despeja todo esse leito! COMPANHE
O Em boa hora! Feito, feito! DIABO Abaixa aramá esse cu! Fa
e cu! Faze aquela poja lesta e alija aquela driça. COMPANHE
O Oh-oh, caça! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela es
! Oh-oh, iça, iça! DIABO Oh, que caravela esta! Põe bande
as, que é festa. Verga alta! Âncora a pique! - Ó poderoso
tá apercebida? DIABO Vai pera a ilha perdida, e há-de part
logo ess'ora. FIDALGO Pera lá vai a senhora? DIABO Senhor,
bor. DIABO Quê?... E também cá zombais? FIDALGO E passage
os achais pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feiçã
is pera tal habitação? DIABO Vejo-vos eu em feição pera
ao nosso cais... FIDALGO Parece-te a ti assi!... DIABO Em q
ezam lá por ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de
à derradeira! Mandai meter a cadeira, que assi passou voss
ti?!... Embarca - ou embarcai... que haveis de ir à derrade
a! Mandai meter a cadeira, que assi passou vosso pai. FIDALG
arcai... que haveis de ir à derradeira! Mandai meter a cade
a, que assi passou vosso pai. FIDALGO Quê? Quê? Quê? Assi
outro navio? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e prime
o que expirastes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi
? DIABO Não, senhor, que este fretastes, e primeiro que exp
astes me destes logo sinal. FIDALGO Que sinal foi esse tal?
stoutra barca me vou. Hou da barca! Para onde is? Ah, barque
os! Não me ouvis? Respondei-me! Houlá! Hou!... (Pardeus, a
go de solar, é bem que me recolhais. ANJO Não se embarca t
ania neste batel divinal. FIDALGO Não sei porque haveis por
mais cortesia? Venha a prancha e atavio! Levai-me desta ribe
a! ANJO Não vindes vós de maneira pera entrar neste navio.
tavio! Levai-me desta ribeira! ANJO Não vindes vós de mane
a pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cadeir
ira pera entrar neste navio. Essoutro vai mais vazio: a cade
a entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio. Ireis lá
a cadeira entrará e o rabo caberá e todo vosso senhorio.
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
eis lá mais espaçoso, vós e vossa senhoria, cuidando na t
ania do pobre povo queixoso. E porque, de generoso, despreza
ho que mata e valentes remadores! Diz, cantando: Vós me ven
edes a la mano, a la mano me veniredes. FIDALGO Ao Inferno,
Diz, cantando: Vós me veniredes a la mano, a la mano me ven
edes. FIDALGO Ao Inferno, todavia! Inferno há i pera mi? Oh
s como remais, e, chegando ao nosso cais, todos bem vos serv
emos. FIDALGO Esperar-me-ês vós aqui, tornarei à outra vi
od'rá isso ser, que m'escrevia mil dias? DIABO Quantas ment
as que lias, e tu... morto de prazer!... FIDALGO Pera que é
Isto quanto ao que eu conheço... DIABO Pois estando tu exp
ando, se estava ela requebrando com outro de menos preço. F
is que assi é. DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e susp
ai. Em tanto virá mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ar
DIABO Ora, senhor, descansai, passeai e suspirai. Em tanto v
á mais gente. FIDALGO Ó barca, como és ardente! Maldito q
rdente! Maldito quem em ti vai! Diz o Diabo ao Moço da cade
a: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cadeira é cá sobeja
o Moço da cadeira: DIABO Nom entras cá! Vai-te d'i! A cade
a é cá sobeja; cousa que esteve na igreja nom se há-de em
tos e de boamente! Oh! que barca tão valente! Vem um Onzene
o, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENEIRO Pera
Onzeneiro, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo: ONZENE
O Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzen
Pera onde caminhais? DIABO Oh! que má-hora venhais, onzene
o, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENEIRO Mais qu
s, onzeneiro, meu parente! Como tardastes vós tanto? ONZENE
O Mais quisera eu lá tardar... Na safra do apanhar me deu S
branto. DIABO Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinhe
o!... ONZENEIRO Solamente para o barqueiro nom me leixaram n
Ora mui muito m'espanto nom vos livrar o dinheiro!... ONZENE
O Solamente para o barqueiro nom me leixaram nem tanto... DI
vos livrar o dinheiro!... ONZENEIRO Solamente para o barque
o nom me leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui
leixaram nem tanto... DIABO Ora entrai, entrai aqui! ONZENE
O Não hei eu i d'embarcar! DIABO Oh! que gentil recear, e q
DIABO Oh! que gentil recear, e que cousas pera mi!... ONZENE
O Ainda agora faleci, leixa-me buscar batel! DIABO Pesar de
a-me buscar batel! DIABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não
ás aqui?... ONZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera o
ABO Pesar de Jam Pimentel! Porque não irás aqui?... ONZENE
O E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ON
ZENEIRO E pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de
. ONZENEIRO Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais
pera onde é a viagem? DIABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENE
O Havemos logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem
IABO Pera onde tu hás-de ir. ONZENEIRO Havemos logo de part
? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENEIRO Mas pera ond
s logo de partir? DIABO Não cures de mais linguagem. ONZENE
O Mas pera onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca
ra onde é a passagem? DIABO Pera a infernal comarca. ONZENE
O Dix! Nom vou eu tal barca. Estoutra tem avantagem. Vai-se
Anjo, e diz: Hou da barca! Houlá! Hou! Haveis logo de part
? ANJO E onde queres tu ir? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou
! Houlá! Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu
? ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fo
Hou! Haveis logo de partir? ANJO E onde queres tu ir? ONZENE
O Eu pera o Paraíso vou. ANJO Pois cant'eu mui fora estou d
a lá. Essoutra te levará; vai pera quem te enganou! ONZENE
O Porquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ON
rquê? ANJO Porque esse bolsão tomará todo o navio. ONZENE
O Juro a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração.
a Deus que vai vazio! ANJO Não já no teu coração. ONZENE
O Lá me fica, de rondão, minha fazenda e alhea. ANJO Ó on
onzena, como és fea e filha de maldição! Torna o Onzene
o à barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo bar
dição! Torna o Onzeneiro à barca do Inferno e diz: ONZENE
O Houlá! Hou! Demo barqueiro! Sabês vós no que me fundo?
barca do Inferno e diz: ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barque
o! Sabês vós no que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e
que me fundo? Quero lá tornar ao mundo e trazer o meu dinhe
o. que aqueloutro marinheiro, porque me vê vir sem nada, d
nar ao mundo e trazer o meu dinheiro. que aqueloutro marinhe
o, porque me vê vir sem nada, dá-me tanta borregada como a
r o meu dinheiro. que aqueloutro marinheiro, porque me vê v
sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barreir
ir sem nada, dá-me tanta borregada como arrais lá do Barre
o. DIABO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré!
BO Entra, entra, e remarás! Nom percamos mais maré! ONZENE
O Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás
Todavia... DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás!
ás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh
DIABO Per força é! Que te pês, cá entrarás! Irás serv
Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENEIRO Oh! Triste,
s! Irás servir Satanás, pois que sempre te ajudou. ONZENE
O Oh! Triste, quem me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás
me cegou? DIABO Cal'te, que cá chorarás. Entrando o Onzene
o no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o ba
o Onzeneiro no batel, onde achou o Fidalgo embarcado, diz t
ando o barrete: ONZENEIRO Santa Joana de Valdês! Cá é vos
nde achou o Fidalgo embarcado, diz tirando o barrete: ONZENE
O Santa Joana de Valdês! Cá é vossa senhoria? FIDALGO Dá
só. DIABO De que morreste? PARVO De quê? Samicas de cagane
a. DIABO De quê? PARVO De caga merdeira! Má rabugem que te
ê? Samicas de caganeira. DIABO De quê? PARVO De caga merde
a! Má rabugem que te dê! DIABO Entra! Põe aqui o pé! PAR
é! PARVO Aguardai, aguardai, houlá! E onde havemos nós d'
ter? DIABO Ao porto de Lucifer. PARVO Ha-á-a... DIABO Ó I
. Pêro Vinagre, beiçudo, rachador d'Alverca, huhá! Sapate
o da Candosa! Antrecosto de carrapato! Hiu! Hiu! Caga no sap
filho da grande aleivosa! Tua mulher é tinhosa e há-de par
um sapo chantado no guardanapo! Neto de cagarrinhosa! Furta
o pão que te caiu! A mulher que te fugiu per'a Ilha da Made
a! Cornudo atá mangueira, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu
lher que te fugiu per'a Ilha da Madeira! Cornudo atá mangue
a, toma o pão que te caiu! Hiu! Hiu! Lanço-te üa pulha! D
merecedor de tal bem, que deva de entrar aqui. Vem um Sapate
o com seu avental e carregado de formas, e chega ao batel in
arregado de formas, e chega ao batel infernal, e diz: SAPATE
O Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapateiro honrado, c
diz: SAPATEIRO Hou da barca! DIABO Quem vem i? Santo sapate
o honrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-m
Santo sapateiro honrado, como vens tão carregado?... SAPATE
O Mandaram-me vir assi... E pera onde é a viagem? DIABO Per
onrado, como vens tão carregado?... SAPATEIRO Mandaram-me v
assi... E pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos dana
pera onde é a viagem? DIABO Pera o lago dos danados. SAPATE
O Os que morrem confessados onde têm sua passagem? DIABO No
m cures de mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! SAPATE
O Renegaria eu da festa e da puta da barcagem! Como poderá
arca, eramá pera ti, que há já muito que t'espero! SAPATE
O Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir,
EIRO Pois digo-te que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de
, si, si! SAPATEIRO Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas
que nom quero! DIABO Que te pês, hás-de ir, si, si! SAPATE
O Quantas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO
antas missas eu ouvi, nom me hão elas de prestar? DIABO Ouv
missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATEIRO E as o
IABO Ouvir missa, então roubar, é caminho per'aqui. SAPATE
O E as ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E o
ofertas que darão? E as horas dos finados? DIABO E os dinhe
os mal levados, que foi da satisfação? SAPATEIRO Ah! Nom p
E os dinheiros mal levados, que foi da satisfação? SAPATE
O Ah! Nom praza ò cordovão, nem à puta da badana, se é e
poderês levar-me nela? ANJO A cárrega t'embaraça. SAPATE
O Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer irá. ANJO
a. SAPATEIRO Nom há mercê que me Deus faça? Isto uxiquer
á. ANJO Essa barca que lá está Leva quem rouba de praça.
á Leva quem rouba de praça. Oh! almas embaraçadas! SAPATE
O Ora eu me maravilho haverdes por grão peguilho quatro for
s por grão peguilho quatro forminhas cagadas que podem bem
i chantadas num cantinho desse leito! ANJO Se tu viveras de
ANJO Se tu viveras dereito, Elas foram cá escusadas. SAPATE
O Assi que determinais que vá cozer ò Inferno? ANJO Escrit
ntas infernais. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATE
O Hou barqueiros! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo
. Torna-se à barca dos danados, e diz: SAPATEIRO Hou barque
os! Que aguardais? Vamos, venha a prancha logo e levai-me à
ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado à v
tude? Assi Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado! DIA
vilhado! DIABO Não curês de mais detença. Embarcai e part
emos: tomareis um par de ramos. FRADE Nom ficou isso n'aven
haveis de ser cá pingado... Descobriu o Frade a cabeça, t
ando o capelo; e apareceu o casco, e diz o Frade: FRADE Mant
lição d'esgrima com a espada e broquel, que eram d'esgrim
, e diz desta maneira: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Per
om a espada e broquel, que eram d'esgrimir, e diz desta mane
a: FRADE Deo gratias! Demos caçada! Pera sempre contra sus!
era sempre contra sus! Um fendente! Ora sus! Esta é a prime
a levada. Alto! Levantai a espada! Talho largo, e um revés!
, que todo o al no é nada! Quando o recolher se tarda o fer
nom é prudente. Ora, sus! Mui largamente, cortai na segund
sexta feitada. Daqui saio com üa guia e um revés da prime
a: esta é a quinta verdadeira. - Oh! quantos daqui feria!..
m üa guia e um revés da primeira: esta é a quinta verdade
a. - Oh! quantos daqui feria!... Padre que tal aprendia no I
o tordião e foram dançando até o batel do Anjo desta mane
a: FRADE Ta-ra-ra-rai-rã; ta-ri-ri-ri-rã; rai-rai-rã; ta-
e à vontade que este feito mal está. Vamos onde havemos d'
! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui maneira
está. Vamos onde havemos d'ir! Não praza a Deus coa a ribe
a! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrudir. DIABO
'ir! Não praza a Deus coa a ribeira! Eu não vejo aqui mane
a senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de viir. FR
a ribeira! Eu não vejo aqui maneira senão, enfim, concrud
. DIABO Haveis, padre, de viir. FRADE Agasalhai-me lá Flore
maneira senão, enfim, concrudir. DIABO Haveis, padre, de vi
. FRADE Agasalhai-me lá Florença, e compra-se esta senten
lá Florença, e compra-se esta sentença: ordenemos de part
. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcoviteira, per
e partir. Tanto que o Frade foi embarcado, veio üa Alcovite
a, per nome Brízida Vaz, a qual chegando à barca infernal,
zida Vaz, a qual chegando à barca infernal, diz desta mane
a: BRÍZIDA Hou lá da barca, hou lá! DIABO Quem chama? BR
z. DIABO E aguarda-me, rapaz? Como nom vem ela já? COMPANHE
O Diz que nom há-de vir cá sem Joana de Valdês. DIABO Ent
apaz? Como nom vem ela já? COMPANHEIRO Diz que nom há-de v
cá sem Joana de Valdês. DIABO Entrai vós, e remarês. BR
Día. Que é o que havês d'embarcar? BRÍZIDA Seiscentos v
gos postiços e três arcas de feitiços que nom podem mais
feitiços que nom podem mais levar. Três almários de ment
, e cinco cofres de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em
s de enlheos, e alguns furtos alheos, assi em jóias de vest
, guarda-roupa d'encobrir, enfim - casa movediça; um estrad
rtos alheos, assi em jóias de vestir, guarda-roupa d'encobr
, enfim - casa movediça; um estrado de cortiça com dous co
a movediça; um estrado de cortiça com dous coxins d'encobr
. A mor cárrega que é: essas moças que vendia. Daquestra
raíso! DIABO E quem te dixe a ti isso? BRÍZIDA Lá hei-de
desta maré. Eu sô üa mártela tal!... Açoutes tenho lev
s que ninguém me foi igual. Se fosse ò fogo infernal, lá
ia todo o mundo! A estoutra barca, cá fundo, me vou, que é
mais real. Chegando à Barca da Glória diz ao Anjo: Barque
o mano, meus olhos, prancha a Brísida Vaz. ANJO: Eu não se
is de levar. ANJO Não cures de importunar, que não podes v
aqui. BRÍZIDA E que má-hora eu servi, pois não me há-de
ízida Vaz à Barca do Inferno, dizendo: BRÍZIDA Hou barque
os da má-hora, que é da prancha, que eis me vou? E já há
, e sereis bem recebida; se vivestes santa vida, vós o sent
ês agora... Tanto que Brízida Vaz se embarcou, veo um Jude
do ao batel dos danados, diz: JUDEU Que vai cá? Hou marinhe
o! DIABO Oh! que má-hora vieste!... JUDEU Cuj'é esta barca
Cuj'é esta barca que preste? DIABO Esta barca é do barque
o. JUDEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá
O Esta barca é do barqueiro. JUDEU. Passai-me por meu dinhe
o. DIABO E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode
DEU. Passai-me por meu dinheiro. DIABO E o bode há cá de v
? JUDEU Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado p
E o bode há cá de vir? JUDEU Pois também o bode há-de v
. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como irei l
U Pois também o bode há-de vir. DIABO Que escusado passage
o! JUDEU Sem bode, como irei lá? DIABO Nem eu nom passo cab
de vir. DIABO Que escusado passageiro! JUDEU Sem bode, como
ei lá? DIABO Nem eu nom passo cabrões. JUDEU Eis aqui quat
rão! Querês mais outro tostão? DIABO Nem tu nom hás-de v
cá. JUDEU Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? A
tostão? DIABO Nem tu nom hás-de vir cá. JUDEU Porque nom
á o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz?
Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? Ao senhor me
inho apraz? Senhor meirinho, irei eu? DIABO E o fidalgo, que
u onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor me
inho, irei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O ma
ai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho apraz? Senhor meirinho,
ei eu? DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... JUDEU O mando, diz
deu! Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, cagane
a que te venha! Má corrença que te acuda! Par el Deu, que
Deu, que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla dos me
inhos? Dize, filho da cornuda! PARVO Furtaste a chiba cabrã
ste a chiba cabrão? Parecês-me vós a mim gafanhoto d'Alme
im chacinado em um seirão. DIABO Judeu, lá te passarão, p
recês-me vós a mim gafanhoto d'Almeirim chacinado em um se
ão. DIABO Judeu, lá te passarão, porque vão mais despeja
ja na caravela! DIABO Sus, sus! Demos à vela! Vós, Judeu,
ês à toa, que sois mui ruim pessoa. Levai o cabrão na tre
hecereis que nom é ela do meu jeito. DIABO Como vai lá o d
eito? CORREGEDOR Nestes feitos o vereis. DIABO Ora, pois, en
no vos poeremos. CORREGEDOR Como? À terra dos demos há-de
um corregedor? DIABO Santo descorregedor, embarcai, e remar
um remo destes. Fazei conta que nacestes pera nosso companhe
o. - Que fazes tu, barzoneiro? Faze-lhe essa prancha prestes
que nacestes pera nosso companheiro. - Que fazes tu, barzone
o? Faze-lhe essa prancha prestes! CORREGEDOR Oh! Renego da v
Oh! Renego da viagem e de quem me há-de levar! Há 'qui me
inho do mar? DIABO Não há tal costumagem. CORREGEDOR Nom e
? DIABO Quando éreis ouvidor nonne accepistis rapina? Pois
eis pela bolina onde nossa mercê for... Oh! que isca esse p
vobis quoque cum ea, não temuistis Deus. A largo modo adqu
istis sanguinis laboratorum ignorantis peccatorum. Ut quid e
s, arrais, nonne legistis que o dar quebra os pinedos? Os d
eitos estão quedos, sed aliquid tradidistis... DIABO Ora en
aliquid tradidistis... DIABO Ora entrai, nos negros fados!
eis ao lago dos cães e vereis os escrivães como estão tã
z? DIABO Que serês bom remador. Entrai, bacharel doutor, e
eis dando na bomba. PROCURADOR E este barqueiro zomba... Jog
rel doutor, e ireis dando na bomba. PROCURADOR E este barque
o zomba... Jogatais de zombador? Essa gente que aí está pe
ncia e passai-nos como vossos! PARVO Hou, homens dos brevia
os, rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos
nastis coelhorum et pernis perdigotorum e mijais nos campana
os! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contrairos, pois nom temo
ijais nos campanairos! CORREGEDOR Oh! não nos sejais contra
os, pois nom temos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? E
mos outra ponte! PARVO Belequinis ubi sunt? Ego latinus maca
os. ANJO A justiça divinal vos manda vir carregados porque
t? Ego latinus macairos. ANJO A justiça divinal vos manda v
carregados porque vades embarcados nesse batel infernal. CO
infernal. CORREGEDOR Oh! nom praza a São Marçal! coa ribe
a, nem co rio! Cuidam lá que é desvario haver cá tamanho
que é desvario haver cá tamanho mal! PROCURADOR Que ribe
a é esta tal! PARVO Parecês-me vós a mi como cagado nebri
URADOR Diz um texto do Degredo... DIABO Entrai, que cá se d
á! E Tanto que foram dentro no batel dos condenados, disse
manda fazer....» CORREGEDOR E vós... tornar a tecer e urd
outra meada. BRÍZIDA Dizede, juiz d'alçada: vem lá Pêro
d'alçada: vem lá Pêro de Lixboa? Levá-lo-emos à toa e
á nesta barcada. Vem um homem que morreu Enforcado, e, cheg
bora, enforcado! Que diz lá Garcia Moniz? ENFORCADO Eu te d
ei que ele diz: que fui bem-aventurado em morrer dependurado
om é essa a nau que eu governo. DIABO Mando-te eu que aqui
ás. ENFORCADO Oh! nom praza a Barrabás! Se Garcia Moniz di
mil latins, mui lindos, feitos de cera. E, no passo derrade
o, me disse nos meus ouvidos que o lugar dos escolhidos era
eus ouvidos que o lugar dos escolhidos era a forca e o Limoe
o; nem guardião do moesteiro nom tinha tão santa gente com
escolhidos era a forca e o Limoeiro; nem guardião do moeste
o nom tinha tão santa gente como Afonso Valente que é agor
ha tão santa gente como Afonso Valente que é agora carcere
o. DIABO Dava-te consolação isso, ou algum esforço? ENFOR
ermão. DIABO Entra, entra no batel, que ao Inferno hás-de
! ENFORCADO O Moniz há-de mentir? Disse-me que com São Mig
el, que ao Inferno hás-de ir! ENFORCADO O Moniz há-de ment
? Disse-me que com São Miguel jentaria pão e mel tanto que
o burel. Agora não sei que é isso: não me falou em ribe
a, nem barqueiro, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso.
a não sei que é isso: não me falou em ribeira, nem barque
o, nem barqueira, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em s
é isso: não me falou em ribeira, nem barqueiro, nem barque
a, senão - logo ò Paraíso. Isto muito em seu siso. e era
ABO Falou-te no Purgatório? ENFORCADO Disse que era o Limoe
o, e ora por ele o salteiro e o pregão vitatório; e que er
o? ENFORCADO Disse que era o Limoeiro, e ora por ele o salte
o e o pregão vitatório; e que era mui notório que àquele
que te salvaras. Não o quiseste tomar... - Alto! Todos a t
ar, que está em seco o batel! - Saí vós, Frei Babriel! Aj
vós, Frei Babriel! Ajudai ali a botar! Vêm Quatro Cavale
os cantando, os quais trazem cada um a Cruz de Cristo, pelo
assi cantavam, quanto a palavra dela, é a seguinte: CAVALE
OS À barca, à barca segura, barca bem guarnecida, à barca
s espadas e escudos, disse o Arrais da perdição desta mane
a: DIABO Cavaleiros, vós passais e nom perguntais onde is?
os, disse o Arrais da perdição desta maneira: DIABO Cavale
os, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALEIRO Vó
avaleiros, vós passais e nom perguntais onde is? 1º CAVALE
O Vós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAV
ós, Satanás, presumis? Atentai com quem falais! 2º CAVALE
O Vós que nos demandais? Siquer conhecê-nos bem: morremos
er conhecê-nos bem: morremos nas Partes d'Além, e não que
ais saber mais. DIABO Entrai cá! Que cousa é essa? Eu nom
i cá! Que cousa é essa? Eu nom posso entender isto! CAVALE
OS Quem morre por Jesu Cristo não vai em tal barca como ess
Cristo não vai em tal barca como essa! Tornaram a prossegu
, cantando, seu caminho direito à barca da Glória, e, tant
ca como essa! Tornaram a prosseguir, cantando, seu caminho d
eito à barca da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: A
da Glória, e, tanto que chegam, diz o Anjo: ANJO Ó cavale
os de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando
por Cristo, Senhor dos Céus! Sois livres de todo mal, márt
es da Santa Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz
venturados, disse o Arrais, tanto que chegou: DIABO Venhais
, enforcado! Que diz lá Garcia Moniz? ENFORCADO Eu te direi
20. Pica mula
nte para resolver, e se esta atrasado ou ainda simplesmente
. ou mandado ir embora por ser indesejado.
21. Apressar
22. Toroço
ndivíduo deixou um toroço no lá na privada que não quer
de jeito nenhum, provavelmente entupiu.